Jornal de Negócios por C-Studio

O futuro instala-se no Alentejo data-uk-cover

Competição global para start-ups da KPMG "dinamiza o mercado"

As candidaturas para a 4ª edição do KPMG Private Enterprise Tech Innovator terminam esta sexta-feira. João Sousa Leal, Head of Advisory da KPMG Portugal, diz que a iniciativa tem sido um “motor de ideias inovadoras”


09 jul 2024

Na 4ª edição do concurso global para start-ups KPMG Private Enterprise Tech Innovator, cuja fase de candidaturas termina esta sexta-feira, 5 de julho, há uma novidade: irá ser atribuído ao vencedor nacional 12 meses de consultoria financeira, fiscal e contabilística, sem qualquer custo. Mantêm-se, para além disso, todos os outros benefícios das edições anteriores.

João Sousa Leal, Head of Advisory da KPMG Portugal, faz um balanço positivo da competição e garante que esta tem tido sucesso no principal objetivo de “apoiar as start-ups a acelerar o seu processo de crescimento e de afirmação no mercado”.

Como é que surgiu a KPMG Private Enterprise Tech Innovator, como se estendeu a Portugal, e que balanço é possível fazer?

O KPMG Private Enterprise Tech Innovator é uma competição global organizada pela KPMG em vários países onde estamos presentes. O objetivo principal desta competição é encorajar e apoiar as start-ups a acelerar o seu processo de crescimento e de afirmação no mercado, destacando os fundadores e as suas soluções tecnológicas. Portugal participa há quatro anos e os resultados têm sido extremamente positivos, tanto por parte dos participantes, como das empresas, dos nossos clientes e de outros intervenientes do setor.

Que diferença faz esta competição no mercado tech?

Esta competição ajuda a dinamizar o mercado, ajuda as startups a reconhecerem o seu valor e o que precisam de fazer para evoluir. Proporciona também uma plataforma para mostrar o seu potencial e incentiva o desenvolvimento de novas ideias. A iniciativa tem sido um motor de ideias inovadoras e um fator de motivação adicional para apoiar as empresas em fase de arranque a assumirem riscos e crescerem. Isso é ainda mais claro este ano, em que, além dos benefícios que já existiam nas edições anteriores, irá ser atribuído ao vencedor nacional, 12 meses de consultoria financeira, fiscal e contabilística, sem qualquer custo.

João Sousa Leal, Head of Advisory da KPMG Portugal

O vencedor desta iniciativa em Portugal irá competir na final global, que terá lugar durante a Web Summit, em Lisboa. Qual é a importância da parceria com a Web Summit para as start-ups nacionais?

A KPMG é parceira da Web Summit desde o primeiro dia. Somos o primeiro corporate partner do evento. Este é o palco ideal para a realização desta competição devido ao seu contexto de empreendedorismo e tecnologia. Para além disso, a presença dos principais players do setor da tecnologia e do empreendedorismo na WebSummit proporciona a audiência ideal para as start-ups mostrarem o seu valor e aproveitarem todo o ecossistema da WebSummit.

Rauva aliviou empresas da burocracia

A Rauva, uma das vencedoras na edição de 2023 do KPMG Private Enterprise Tech Innovator, é uma start-up que criou uma solução 100% digital para ajudar as empresas a abrir contas empresariais, efetuar pagamentos, utilizar cartões físicos e virtuais em conformidade com a Autoridade Tributária e registar e monitorizar despesas. “Chegámos a Portugal em 2022. Lançámos os nossos primeiros produtos e serviços em abril de 2023”, recordou o cofundador John Fath (ver vídeo). Vencer o Tech Innovator KPMG em 2023, possibilitou-lhes uma “expansão internacional” tendo também colocado Portugal na linha da frente em inovação tecnológica na área financeira e empresarial, como referiu John Fath no vídeo.

A KPMG Private Enterprise Tech Innovator faz parte de uma estratégia de envolvimento com as start-ups?

Esta iniciativa posiciona-nos como um interveniente importante neste setor. As start-ups, pela fase inicial de desenvolvimento em que se encontram, podem beneficiar muito do apoio de consultores experientes e do acesso a conhecimento em várias áreas que serão fundamentais para o desenvolvimento e consolidação dos seus negócios. Na KPMG, beneficiamos com esta proximidade ao empreendedorismo, pois temos acesso a visões muito diferenciadas de como muitos negócios e setores poderão evoluir nos próximos anos.

Que outras iniciativas tem a KPMG em curso, com vista ao fortalecimento das competências tecnológicas?

A KPMG tem vindo a fazer um investimento muito relevante na sua área de consulting, nomeadamente através do apoio a clientes em diferentes geografias em processos de transformação digital. A KPMG tem em Portugal o HUB global para área de low code (com sede na Universidade de Évora), onde estamos a apoiar vários clientes a implementar a automação de vários processos críticos de negócio e estamos também a investir em advanced analytics como suporte à nossa estratégia de apoio aos nossos clientes na incorporação de Inteligência Artificial (IA) nos seus negócios.

A nossa visão é de que a KPMG em Portugal será cada vez mais um centro de excelência de consultoria e tecnologia para apoiar clientes da KPMG em todo o Mundo.

Por fim, e no contexto deste evento, mantemos uma relação muito próxima com incubadoras nacionais.

Musiversal inventou plataforma para música

A Musiversal, outra vencedora da edição 2022 do Tech Innovator, é uma plataforma musical que garante o acesso a músicos, engenheiros de som e produtores para sessões de gravação a partir de casa. O cofundador da start-up. Xavier Jameson, contou que pouco depois de ter vencido o concurso a empresa conseguiu lançar um novo serviço de subscrição em maio de 2023, o que, 11 meses depois do seu lançamento , já está a fazer mais de um milhão de euros em receitas anuais e continua a crescer. Por isso é importante as start-ups concorrerem a competições destas sobretudo se estão a fazer angariação de fundos porque podem destacar-se e mostrar aos investidores que são das mais inovadoras do mercado.

Qual é a perspetiva da KPMG sobre o papel deste ecossistema na inovação e na transformação digital?

As start-ups desempenham um papel muito importante pela forma como têm conseguido agitar o mercado e imprimir algum dinamismo no paradigma empresarial atual, seja pela introdução de novas ideias e tecnologias, seja pela criação de modelos de negócio disruptivos. Há algo muito importante nas start-ups e que tem tido um efeito de contágio no mercado: a coragem e a vontade de arriscar.

Como é que a KPMG avalia a evolução da inovação tecnológica e da transformação digital em Portugal? Quais são as apostas da KPMG neste âmbito?

Existe já um importante caminho feito pela generalidade das empresas. É necessário, no entanto, ter em conta que a vantagem competitiva de uma empresa não está em ter a tecnologia X ou Y, mas sim na capacidade dos seus gestores e colaboradores em tomarem decisões com base em dados, informação e métricas que diferenciem os seus negócios da concorrência e de acordo com o propósito da sua organização. O que nos parece fundamental é que a tecnologia seja cada vez mais um instrumento que potencia e aumenta a capacidade de se tomarem melhores decisões na gestão das empresas.

Reforço esta ideia, quando hoje se fala de transformação tecnológica ou digital é fundamental para o sucesso destes processos que as organizações nos seus vários níveis tenham uma estratégia e visão clara, caso contrário a probabilidade de insucesso é muito elevada. O processo de transformação digital não é um tema do CIO ou da área de tecnologia ou IT das organizações. O processo de transformação digital deve ser liderado pelas equipas de gestão e pelo CEO com o acompanhamento permanente dos Conselhos de Administração.

É fundamental que a transformação tecnológica que se quer implementar tenha em conta as necessidades específicas da empresa e que seja possível fazer uma avaliação atempada dos riscos mas também do ROI. Este último ponto é por vezes descurado por parte das empresas, mas é absolutamente fundamental para que qualquer transformação tenha sucesso e o impacto que se pretende.